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epilepsia infantil

Criança com convulsão: será que meu filho tem epilepsia?

Convulsão é Epilepsia? Nem toda criança com convulsão tem epilepsia, mas é preciso avaliar cada caso com um neuropediatra especialista em epilepsias.

A epilepsia é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é frequentemente associada a episódios de convulsões, o que levanta a questão: convulsão é epilepsia? Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre convulsões e epilepsia, esclarecendo um tema que gera muitas dúvidas e mal-entendidos.

Entendendo a diferença entre Criança com Convulsão e Criança com Epilepsia: Definições

Antes de mergulharmos nas diferenças, é fundamental compreender as definições básicas de convulsões e epilepsia.

Convulsão é um evento neurológico súbito e temporário que envolve atividade cerebral anormal. Ela pode causar movimentos involuntários, perda de consciência e alterações sensoriais, entre outros sintomas. As convulsões podem ser desencadeadas por diversos fatores, como febre, distúrbios metabólicos, lesões cerebrais ou abuso de substâncias. Importante destacar que uma convulsão isolada não é necessariamente indicativa de epilepsia.

Epilepsia, por outro lado, é uma condição neurológica crônica caracterizada pela ocorrência recorrente de convulsões. Para que alguém seja diagnosticado com epilepsia, é necessário ter pelo menos duas convulsões não provocadas (ou seja, não relacionadas a febre, lesões ou outros fatores desencadeantes) com um intervalo de pelo menos 24 horas entre elas. A epilepsia pode ter diversas causas, como predisposição genética, traumas cerebrais, infecções ou anomalias cerebrais.

Criança com Convulsão não é Sinônimo de Criança com Epilepsia

A principal diferença entre convulsão e epilepsia é a recorrência. Uma única convulsão, muitas vezes desencadeada por uma causa específica, não é suficiente para diagnosticar alguém com epilepsia. A epilepsia é uma condição crônica que requer um histórico de convulsões recorrentes.

É importante compreender que muitas pessoas experimentam convulsões isoladas em algum momento de suas vidas, sem desenvolverem epilepsia. Essas convulsões podem ser causadas por febre, estresse, privação de sono, entre outros fatores temporários. Uma vez que a causa subjacente seja tratada ou resolvida, as convulsões não voltam a ocorrer.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico correto é essencial para o manejo adequado de convulsões e epilepsia. Se alguém experienciar uma convulsão pela primeira vez, é crucial procurar atendimento médico para determinar a causa e avaliar a necessidade de tratamento.

Para pessoas com epilepsia, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos antiepilépticos para prevenir a ocorrência de convulsões. Em alguns casos, a cirurgia cerebral pode ser considerada para remover a área do cérebro responsável pelas convulsões. O tratamento é altamente individualizado e depende da gravidade, frequência e causa das convulsões.

Agora você já sabe que nem toda criança com convulsão terá o diagnóstico de epilepsia

A criança com convulsão nem sempre terá epilepsia. Enquanto uma convulsão é um evento neurológico temporário que pode ocorrer em resposta a várias causas, a epilepsia é uma condição crônica caracterizada pela recorrência de convulsões não provocadas.

Entender essa distinção é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Se você conhece alguma criança com convulsão, especialmente de forma recorrente, é essencial procurar orientação com um neuropediatra especialista em epilepsia. A epilepsia é uma condição gerenciável com o apoio médico adequado, e muitas pessoas levam vidas saudáveis e produtivas mesmo após o diagnóstico.

Lembre-se de que a informação aqui apresentada não substitui a consulta aprofundada com um neuropediatra. Cada caso é único, e um diagnóstico preciso é fundamental para o tratamento adequado. Mantenha-se informado, busque ajuda médica quando necessário e apoie aqueles que vivem com epilepsia, promovendo a conscientização e o entendimento em nossa sociedade.

Falando sobre o Estigma da Epilepsia

A Epilepsia é condição comum no consultório de neurologia infantil e, muitas vezes, a abordagem para nós é tão natural que não paramos para refletir sobre o impacto do diagnóstico para a família e a criança.

O que significa Viver com Epilepsia para uma criança? Como os pais lidam com o diagnóstico?

Aqui não abordaremos as consequências neurobiológicas. Focaremos no impacto que se estende além: O BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E SOCIAL DAS CRIANÇAS QUE VIVEM COM EPILEPSIA E SUAS FAMÍLIAS. Um impacto que afeta todos os membros da família, por estigmatização, estresse, problemas conjugais, baixa autoestima e restrição de atividades sociais.

Os pais têm uma posição única em influenciar a percepção da criança sobre o significado de ter epilepsia e sua visão do estigma da doença. Ser esse MODELO a partir do qual a criança/adolescente entenderá a epilepsia, é um grande desafio para os pais, e isso inclui O ENCORAJAMENTO DA COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO APROPRIADAS COM OS FILHOS, DENTRO E FORA DA UNIDADE FAMILIAR.

A maneira como as famílias dialogam sobre a epilepsia infantil pode desempenhar grande influência no estigma relacionado à epilepsia: DISCUSSÕES LIMITADAS SOBRE A EPILEPSIA NO AMBIENTE FAMILIAR PODE SER UMA EXPRESSÃO IMPLÍCITA DO ESTIGMA ASSOCIADO À EPILEPSIA.

A forma como os pais reagem ao diagnóstico de epilepsia em seu filho poderá influenciar na forma como a criança/adolescente enxerga sua condição. Quando os pais têm atitudes e interpretações mais negativas, eles podem (consciente ou inconscientemente) atuar como “TREINADORES DE ESTIGMA“, TRANSMITINDO À CRIANÇA QUE A EPILEPSIA É ALGO VERGONHOSO E, PORTANTO, NÃO DEVE SER FALADO.

Muitas vezes oculta-se a situação em ambientes importantes ao cuidado da criança, como por exemplo, na escola. Avaliando o conhecimento de professores sobre epilepsia em alunos observa-se uma “invisibilidade” da questão no ambiente escolar. Os pais tendem a manter sigilo e silêncio em torno da condição!

Mas qual seria o ESTIGMA da epilepsia?

Há o estigma decretado que se relaciona a experiências individuais de EPISÓDIOS REAIS DE DISCRIMINAÇÃO E/OU EXCLUSÃO PELA CONDIÇÃO DE TER EPILEPSIA SER VISTA COMO UM DESCRÉDITO. E o estigma da “AUTO-ESTIGMATIZAÇÃO”, O SENTIMENTO DE VERGONHA POR TER O ATRIBUTO DE DESCRÉDITO (por exemplo reações negativas à revelação de epilepsia ou sentimentos de diferença), gerando o temor vivenciar o estigma declarado.

Acredita-se que a “auto-estigmatização” seja mais prevalente e atribuível às famílias que empregam uma estratégia de ocultação de informações.

Como o estigma é vivenciado pela criança e seus pais?

Exclusão social, restrições de participação desnecessariamente impostas e casos de provocação/bullying. Muitas crianças relatam experiências de ser submetido a alguma forma de exclusão, incluindo ser rejeitado, intimidado, provocado, rotulado e envergonhado.

A percepção das crianças de serem vistas de maneira diferente e o constrangimento de terem um diagnóstico de epilepsia resultam em que elas não revelam e/ou conversam com outras pessoas sobre sua condição.

Como conseguir uma abertura para o diálogo sobre Epilepsia em casa, na escola e em outros ambientes de vivência da criança? Conhecendo a condição! Informando-se melhor! Compreendendo melhor! Criando-se espaços sociais para a criança e seus pais iniciarem um diálogo sobre epilepsia. Ir além das campanhas de conscientização pública.

*Referência: A. Benson et al. / Patient Education and Counseling 99 (2016) 1473–1481

 

Para saber mais sobre epilepsia em crianças você pode consultar a EpilepsyFoundation

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